Gabriela se encontrava um pouco embriagada, em uma das mãos uma garrafa de contine e na outra seu cigarro queimando. Estava sentada em uma das muitas praças de sua cidade, olhando as outras pessoas que riam, parecendo não ter problema nenhum. Ela queria se sentir feliz assim, mas fazia seis meses que ao conseguia. Desde que conhecerá Heitor, passava noites em claros. Os dois se encontravam algumas vezes, conversavam sempre. Ele correspondia ao amor dela. O que a tornava infeliz era o fato dele ser casado. Sabia que nunca poderia tê-lo realmente. A angústia no coração de Gabriela era forte, sempre que se pegava imaginando que não era ela que dormia todos os dias ao lado dele. Que talvez nem fosse ela que estivesse com ele nos momentos de sua glória e claro no de suas derrotas, não podia compartilhar com ele detalhes que acontecessem na madruga.Sentia-se só, e não tinha muitas opções de com quem compartilhar esse sentimento, já que Heitor era uma pessoa bem conhecida, e ela não queria por em risco a reputação dele. Reputação sorriu com certa ironia, ao vir esse pensamento em sua cabeça; Será que para o amor também existem regras e etiquetas? Justo ela que não se importava com essas coisas, se via obrigada a esconder seus sentimentos. E sabia que eternamente o amaria calada, e que mesmo quando não estivessem mais nesse mundo, quando o que restará deles forem o pó dessa existência, mesmo assim ninguém saberia que existiu um amor por parte de ambos.Levantou da praça para caminhar entre ruas escuras e desertas, onde apenas algumas pessoas amantes da noite como ela, se aventuravam. Sentia-se levemente embriaga, era como se flutuasse em vez de caminhar. Queria tanto que seu amor fosse imortal. Havia sim, apenas um jeito para que isso acontecesse, mas teria um risco muito grande apagar. Talvez Heitor nem ficasse feliz em saber que um elo de amor e imortalidade seria feito, talvez ele quisesse, como uma pessoa normal, viver e morrer. Morte, o ciclo inevitável da vida. Existem coisas tão belas e profundas que nunca deveriam morrer. Deveriam ser eternas para que todos conhecessem. Para que todos pudessem, saborear... Mas não, Gabriela tentou afastar esses pensamentos, afinal o amor por si só já era eterno não? È uma energia que sai de dentro de cada ser humano e compactua com o todo.Para tentar se acalmar um pouco, amenizar a angústia que estava sentindo, resolveu ligar para Heitor. Ficaram alguns minutos conversando, mas quando desligaram cada um de certa maneira se sentiu mais angustiado, melancólico. Gabriela nem lembra como a conversa surgiu, o que sabia era que ele havia dito que odiava a si mesmo por sua idade, e que tinha medo de que a morte os separasse. Enquanto ele falava aquelas palavras tão mórbidas e que feriam o coração dela, algumas lágrimas escorriam por entre a face dela. Foi então que decidiu pagar um preço alto, para eternizar o amor, e eternizar a vida dos dois. Para que tivessem todo o tempo que quisesse, vivessem quantas épocas e eras pudessem, e para que todos conhecessem o amor deles, um amor capaz de mudar, moldar e transformar tudo ao redor.Gabriela chegou a sua casa ansiosa, mesmo com medo de sua idéia decidiu executá-la, não podia por em risco um dia ver o fim da pessoa que mais amava. E acabaria se sentindo menos solitária, tendo com ele um pacto de vida eterna. Seria eternos um para o outro, por isso, ela esperaria o tempo que fosse necessário para tê-lo de uma vez por todas, para ser ela a dormir ao lado dele e passar noites em claro só para vê-lo dormir.Desceu as escadas onde a levaria para o porão de sua casa, ali guardava todo o seu material mágico e era aonde executava a maioria de seus rituais e feitiços desde que descobriu seus poderes e de que era uma bruxa. Pegou em uma prateleira, seu caldeirão, alguns óleos e essências e seu tão preciso atame. Levou o caldeirão ao pequeno fogão que havia providenciado ali para essas ocasiões. Misturou os ingredientes que pegou, com um pouco de água. Esperou por cinco minutos e desligou do fogo. Foi ao centro do porão, onde já estava desenhado seu eterno pentagrama, acendeu em volta dele algumas velas vermelhas e pretas. Depois seu incensário que foi para o meio do pentagrama, onde queimava um incenso de rosas brancas. Finalmente jogou o conteúdo do caldeirão em volta dos contornos do pentagrama, e sentou-se no chão. Com os olhos fechados, mentalizou duas fogueiras queimando, e no meio dela surgiu Marlon, seu demônio pessoal. Pela primeira vez na vida, ele apareceu sorrindo. Um sorriso diabólico que assustou Gabriela.- Veja querida, você me invocando em uma sexta-feira a noite, dia que costuma estar por aí se divertindo com seus amigos. O que deseja?- Quero que torne eu e o Heitor em imortais!Marlon riu, com sua gargalhada gélida, riso de ironia, que no fundo não exprime nenhuma felicidade. Seu destino era ser escravo de Gabriela, até o dia que ela mesma decidisse o libertar, e claro que não faria isso. Já que vivia invocando-o para pedir pequenos favores, conselhos ou mesmo para conversar. Os humanos eram mesmo insolentes, pensava ele. Não sabia que quanto mais invocavam demônios mais infelizes suas vidas se tornavam? E que mais escravos eles ficavam do poder, ambição e trevas? O pedido que aquela garota, agora fazia, exigiria um preço muito alto. Ele pediria sua liberdade e depois ainda se vingaria daquela estúpida.- Claro minha querida. Para quando vai querer isso?- Agora mesmo se possível.- Dessa vez exigirei um preço alto, quero minha liberdade em troca.Gabriela se espantou no começo com o pedido, mas assim que tivesse seu amado ao seu lado, não precisaria mais daquele diabrete infeliz.- Tudo bem.- Então, sente- se no meio do pentagrama e corte um pedaço do seu pulso.Ela pegou seu atame e fez um leve ferimento em seu braço, onde filetes de sangue escorriam. O demônio ficou olhando extasiado. Materializou-se no porão, e encostou-se a ela, absorvendo o sangue com sua pele, um pouco escamosa e gélida, tão gélida que acabou causando repugnância em Gabriela. Ele conjurou algumas palavras estranhas. Logo todo o porão tremia, e vultos pretos corriam por todos os lados. Risos vindos do inferno, pessoas chorando, barulhos enlouquecedores completavam o cenário horripilante para quem não estivesse acostumado. Marlon então a beijou foi um beijo breve, mas que fez com que o corpo de Gabriela flutuasse alguns centímetros. Ela que estava em posição de lótus, divagar passou a ficar deitada, ainda no ar. Perdeu a consciência por momentos. Nesse tempo seu espírito vagava no mundo da morte e no da vida, as duas fontes a rejeitaram. Assim seu espírito voltou ao corpo, que estremeceu, como se estivesse levando pequenas descargas elétricas entre o terceiro olho, umbigo e coração. Após esses sintomas, seu corpo desceu de volta ao pentagrama. Parecia que tinha corrido uma maratona, tamanho o cansaço que sentia. Abriu seus olhos, encarando o grande espelho que tinha no porão. Parecia estar mais bonita, uma pele mais branca e alv. Nenhuma cor. Estranho, fora esse acontecimento não se sentia diferente. Nem imortal.- Não se preocupe minha querida, agora você será um anjo das trevas. UM anjo noturno, belo e imortal.- E Heitor?- Estou indo agora mesmo cuidar dele, e depois não voltarei. Será minha liberdade.- Sim...Marlon então desapareceu diante os olhos dela.....................................................................................................................Heitor estava em seu quarto, na frente do seu computador, escrevendo mais um de seus contos, escrevia um novo conto para retratar seu medo da morte e de deixar Gabriela só. Assustou-se quando a luz de sua luminária apagou, foi tentar acender novamente, mas dessa vez foi o computador que desligou. Ele xingou, nem tinha salvado o que tinha escrito e como se esquecerá de ativar o recuperador automático do programa, provavelmente tinha perdido tudo. Logo voltou a sua concentração na luz, tentou acender a lâmpada do quarto e nada. È, talvez tivesse acabado a energia. Levantou de sua cadeira, foi procurar uma vela em sua cozinha. O corredor que tinha que percorrer para chegar até a cozinha parecia assustador sem iluminação nenhuma. Foi andando em passos lentos, com medo de naquela escuridão, acabar tropeçando em algo.Foi então que sentiu algo passando por ele. Assustou-se, as passadas de seu coração aceleram forte. Será que alguém estaria assaltando sua casa. Pensou em chamar a policia, mas esquecera o celular no quarto. Voltou então até lá. Tateou com a mão a mesinha onde deixara seu celular. Discou os primeiros números, quando algo muito forte puxou o celular, esse indo parar de encontroa parede.Heitor nem teve tempo de pensar, um vento frio cortava todo o seu corpo. Não sabia de onde vinha esse vento, já que todas as janelas e portas da casa estavam fechadas. Tentou ainda manter a calma, mas suas pernas visivelmente tremiam. Estava com medo. Foi então que choques elétricos foram recebidos por todo o seu corpo, e quando percebeu seus pés saiam do chão. Estava voando. Como era possível? A luz do seu quarto então se acendeu. Olhou para frente e quase gritou com o que viu. Uma mistura de ser humano com touro. Minotaurto? Mesmo em pânico gargalhou com seu pensamento idiota. Mitologia grega eram apenas mitos. Mas aquilo tudo que estava acontecendo já era surreal por que não?_ Não Heitor... sou pior que isso.- O que é então?- Sua amada Gabriela quis tornar-se imortal, mas para isso sempre precisa sacrificar a vida da pessoa que quem escolheu ser imortal mais ama. Por isso vim, para que ela possa desfrutar de sua vida eterna.- Ela não faria isso comigo.- Realmente não, mas ela não sabia o preço alto que pagaria.Marlon caminhou até onde o corpo de Heitor estava, e como esse continuava no ar o tornava vulnerável a qualquer ataque. Ele então tirou o atame que estava escondido dentro de uma bolsa que carregava. Era o atame de Gabriela. Vingança perfeita. Sorriu, antes de terminar o que faria. Com as duas mãos segurando firme o cabo daquela faca, cravou no coração de Heitor. Esse que logo, começou a agonizar de dor. Vendo sua luz de vida ir embora. Nem pode clamar por ela. Nada pode fazer..................................................................................Quase no fim da madrugada Gabriela escutou batida em sua porta. Sorriu, achando ser seu amado, que vinha comemorar a nova “vida” dos dois. Ao abrir a porta, porém se assustou ao ver um homem uniformizado, com o emblema da policia.- Posso ajudar?- Você esta presa!- Presa?- O corpo do seu amante Heitor foi encontrado, e o instrumento que o matou possuía unicamente suas digitais.- O Heitor esta morto?Gabriela sem se importar com areação do policial sentou no chão, ali mesmo, na entrada de sua porta e começou a chorar. Foi só então que se lembrou da verdadeira condição de se tornar uma imortal. Chorou desesperada. O que seria de sua vida sem ele? Viver a eternidade, sabendo que era culpada pela única pessoa que amou. Nada adiantaria agora. Foi então que sorriu. Talvez pudesse trazê-lo de volta, mas teria que esperar exatamente cem anos para isso. O que seria cem anos, para uma vida eterna?O policial algemou-a e conduziu até a viatura. Estranhou a reação daquela mulher, no começo até achou que ela seria mesmo inocente. Mas logo que passou o choro de breve momento, viu nos olhos dela um brilho e nos lábios um sorriso incontido. Decidindo-se assim levá-la. Gabriela ia absorta, apenas pensando nos cem anos que viveria se preparando para encontrar seu amor.
"Para...........Sempre foi dedica a vc esse conto"
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Primeira Vista a Dire Straits- por Camila Bernardini
Camila estava andando em alta velocidade em sua moto, por uma estrada que não sabia nem onde a levaria. A noite já ia alta, mas era assim que ela gostava o sabor da adrenalina com a mistura dessa vida noturna, combinação perfeita. O vento batia forte em seu rosto, mas não a incomodava, pelo contrário, á fazia se sentir a pessoa mais livre do mundo. Olhou uma placa que dizia, há duzentos metros entrada para Dire Straits. Não conhecia essa cidade, e decidiu ir até ali, vê se encontrava um bar, e alguém legal para conversar.Logo à frente, viu a entrada da cidade, diminuiu a velocidade de sua moto, e foi vagando pelas ruas, até encontrar uma espécie de bar que ainda estava aberto. Procurou onde estacionar sua moto e entrou no bar. Observou as pessoas, todas estranhas. Não sabia o porquê de achar aquilo, vai ver que o cansaço já estava fazendo imaginar coisas. Aproximou-se do balcão e pediu uma garrafa de vinho. O garçom logo trouxe a garrafa e um copo, ela sentou em dos bancos, acendeu seu cigarro e bebia. Rolava um som legal, no momento estava tocando speak to me do pinck floyd. Psicodélica total, até que combinava com aquele bar e as caras estranhas.- Você tem um isqueiro?Camila então saiu do seu transe momentâneo, e olhou para a garota que pedia isqueiro, acabou se impressionando com a beleza da menina. Estendeu o isqueiro a ela e ofereceu:- Sente aqui comigo, podemos beber e conversar. Qual o seu nome?- Tamara.Tamara era de poucos amigos, uma pessoa fechada e reservada, mas também havia gostado da garota, sentiu que dali poderia nascer uma grande amizade. Camila continuava a olhando, sabia que aquela menina tinha um poder muito grande dentro dela de seduzir as pessoas.-EntãoTamara, você mora aqui em Dire Straits?- Moro sim e você?- Na verdade estou a passeio, estava voando com minha moto pela estrada, quando vi a entrada para essa cidade. Fiquei curiosa.-Então não conhece nada, nem ninguém aqui?-Não.-Mas tarde encontrarei uns amigos em um antigo parque abandonado daqui, era uma reserva florestal. Gostaria de ir?- Adoraria!Camila pegou mais um copo com o garçom, e enquanto bebiam, conversaram contando um pouco sobre suas vidas.- Cá, vamos encontrar o pessoal?- Vamos de moto?- Pode ser.Antes de partirem as duas compraram alguns maços de cigarro e garrafas de bebidas para levarem, colocando tudo na mochila que Tamara carregava.O parque era em um canto meio afastado da cidade, mas não demoraram a chegar. Encontraram os amigos de Malina a esperando, no que antes parecia ter sido o portão principal dali.-PÔ, Tamara , demorou!- Passei em um bar antes, pessoal essa aqui é a Camila.Um por um foram apresentados. Tiago, e Renan, dois meninos irmão gêmeos, mas não chegam a ser idênticos, super simpáticos e uma garota Laíz, magrela, estranha. Pelo menos foi o que Camila pensou. Feita as apresentações entraram no parque e começaram a caminhar por entre as árvores, o chão estava coberto por um mato alto, sendo que não conseguiam ver onde pisavam. Foram se aprofundando cada vez mais para dentro do parque, até acharem um local, onde conseguiriam sentar. Laíz então tirou um pano vermelho de sua bolsa, estendendo-o para que o pessoal sentasse.Tamara e Camila, porém decidiram continuar um pouco mais a exploração, achando uma trilha estreita, que parecia ter sido usada há pouco tempo, talvez por algum curioso como eles ali. Decidiram seguir aquele caminho. A trilha parecia não ter fim. As duas caminhavam silenciosas, quando perceberam uma clareira e vozes vindas um pouco mais a frente. Andaram pé ante pé, até chegarem bem perto do lugar. Escondidas atrás de umas pedras viram uma grande mesa de mármore no meio daquele local, onde uma criança que aparentava ter uns cinco nos de idade estava deitada, aparentando dormir, e várias pessoas em voltas, encapuzadas com uma túnica preta, todas as túnicas tinha um pentagrama vermelho desenhada.Mais a frente da mesa, tinha algo parecido uma espécie de altar, meio coberto por cortinas negras e de onde estavam não conseguiam ver o que tinha ali, só dava para ver que tinha uma pessoa próxima, também vestida com túnica, mas vermelha em vez de preto. Essa pessoa demorou algum tempo ali, até que se aproximou dos outros na mesa de mármore onde estava a criança.Foi então que as meninas viram, a pessoa segurava uma espécie de punhal em sua mão esquerda, que logo ergueu ao céu, deixando o nessa posição enquanto recitava umas palavras, parecidas com o hebraico. Terminadas as palavras, as outras pessoas ali pareciam entrar em um transe, uma espécie de êxtase, se movimentando para frente e para trás, fazendo sons com suas bocas, parecidos vir do próprio inferno. Não muito demorou e o punhal descia em direção à criança, não chegando até o fim em seu destino pelo grito:- Não- que as duas garotas escondidas gritaram ao mesmo tempo.A pessoa de vermelho assustou-se derrubando o punhal. A criança deitada sobre a mesa, com o grito parecia ter saído do seu sono ou transe, levantando da mesa e chorando. Enquanto os encapuzados de preto agarraram-na para que não fugisse. Alguns outros foram na direção das meninas, que começaram a correr.Tamara que estava com uma bota preta, cano longo e salto agulha, tropeçou caindo.- Merda.Camila então voltou para socorrê-la, quando os Encapuzados de preto as agarravam, e as puxavam para o centro de onde tudo aquilo acontecia. Com a claridade, viram que todos os vestidos com túnicas negras eram homens, a única mulher era a de vermelho. Devia ser sacerdotisa daquela seita.Colocaram-nas no centro da mesa de mármore?- Como ousam atrapalhar- nos?Era a mulher que falava mais sua voz parecia mais a de um demônio em fúria. - Quem são vocês? – perguntou Camila.- Se eu te disser, terei que te matar!Foi então, que um dos encapuzados que seguravamTamara, percebeu que ela sangrava um pouco no joelho, talvez devido à queda, ficou mais uma vez extasiado, como minutos antes quando estavam prestes a sacrificar a criança, que continuava descontroladamente chorando. Os outros vendo o sangue, também começaram a entrar no mesmo ritmo. Um deles passou a mão sobre o ferimento dela, logo em seguida levando-o a seus lábios para sentir um pouco do sangue.Camila olhava a tudo horrorizada sim já tinha lido algo sobre uma seita de satanistas, que faziam sacrifícios humanos, em troca de algumas coisas com demônios. Geralmente na hora dos sacrifícios, o espírito dos humanos se retirava, deixando o corpo aberto para receber legiões de entidades do mal. Entrou quase a beira do desespero, não via como sairiam dali livres, sendo que não havia relatos de pessoas que encontraram ou participara dessa seita, e conseguiram sair. Foi ficando tonta, sentia sua visão escurecendo, não queria desmaiar, mas era como se não tivesse mais forças, como se sua vitalidade do nada tivesse desaparecido. Caiu no chão, desmaiada.Tamara escutou todos gargalharem, sentia calafrios. Era como se estivesse de novo, enfrentando uma segunda viagem ao inferno. Logo as gargalhadas, tornaram-se sons indistintos. Sentiu que as mãos que as seguravam, não estavam mais ali, correu até onde sua nova amiga tinha caído. Olhou para a criança que tinha parado de chorar, a pequena menina também a olhava, com um sorriso estranho nos lábios, veio em direção daTamara, e a tocou no braço. Ela não suportou o contato, algo ruim parecia ter penetrado toda sua pele, e caiu desacordada do lado do corpo de Camila.
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Algumas horas depois Tamara despertou, e viu que Camila também acordava. Estranhamente estava no começo da trilha que tinham encontrado. As duas se olharam por um momento, tentando confirmar, que não estavam loucas. Pela cara de espanto, não precisou de palavras, para saberem que era verdade, que tinham vivido um horror por uns momentos. Deram as mãos e caminharam de volta onde seus amigos, tinham ficado.- Desculpem a demora gente para voltar. Preocuparam-se? –Tamara perguntou.- Você deve estar de piada NE Tatá? Não passou nem cinco minutos desde que vocês nos deixaram aqui! – Renan respondeu rindo, achando que as garotas tinham ficado com medo de se aventurarem sozinha no meio daquela mata toda.- Como?- Gente, que tal irmos para um bar, não tem nada aqui. – Era Camila que falava, enquanto piscava para sua nova amiga.Todos concordaram, saindo dali. Foram parar no mesmo bar em que horas atrás Camila e Tamara haviam se conhecido, ficaram até os primeiros raios de sol surgirem conversando e bebendo.- Bom gente, está na hora de eu pegar minha moto e voltar para casa.Todos a acompanharam do lado de fora do bar. Tamara a abraçou, e disse:-Volte para nos visitar!- Voltarei!Camila então deu partida em sua moto, onde a velocidade e a brisa fez a esquecer aquele acontecimento estranho, da noite passada. Os outros foram para suas receptivas casas. Ninguém percebeu que uma mulher de túnica vermelha tinha passado o resto da noite os observando no bar.
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Algumas horas depois Tamara despertou, e viu que Camila também acordava. Estranhamente estava no começo da trilha que tinham encontrado. As duas se olharam por um momento, tentando confirmar, que não estavam loucas. Pela cara de espanto, não precisou de palavras, para saberem que era verdade, que tinham vivido um horror por uns momentos. Deram as mãos e caminharam de volta onde seus amigos, tinham ficado.- Desculpem a demora gente para voltar. Preocuparam-se? –Tamara perguntou.- Você deve estar de piada NE Tatá? Não passou nem cinco minutos desde que vocês nos deixaram aqui! – Renan respondeu rindo, achando que as garotas tinham ficado com medo de se aventurarem sozinha no meio daquela mata toda.- Como?- Gente, que tal irmos para um bar, não tem nada aqui. – Era Camila que falava, enquanto piscava para sua nova amiga.Todos concordaram, saindo dali. Foram parar no mesmo bar em que horas atrás Camila e Tamara haviam se conhecido, ficaram até os primeiros raios de sol surgirem conversando e bebendo.- Bom gente, está na hora de eu pegar minha moto e voltar para casa.Todos a acompanharam do lado de fora do bar. Tamara a abraçou, e disse:-Volte para nos visitar!- Voltarei!Camila então deu partida em sua moto, onde a velocidade e a brisa fez a esquecer aquele acontecimento estranho, da noite passada. Os outros foram para suas receptivas casas. Ninguém percebeu que uma mulher de túnica vermelha tinha passado o resto da noite os observando no bar.
Espinhos sem Rosas- Por Camila Bernardini
AH! Tormento que eu não posso confessar
O que eu escrevo é a verdade, eu não minto
.Eu declaro tudo aquilo que eu sinto
Mesmo sabendo que agora é outra que seus lábios vão beijar
Sei que quanto, mas verdade tem no escrito
Mais distante eu te ponho dos meus braços
Pois desenho o paralelo de dois traços
Que na certa vão perder-se no infinito
Se esse amor aos poucos me modifica
Me transforma, me edifica
Não entendo como em seu coração
Ele não alcança, não habita
Tantas verdades se perdem no caminho
Noites em claro que fico acordada
Onde não vejo rosas só espinhos
E a dor de não me sentir amada
Enquanto outra dorme em seu lado
Eu pálida, bêbada, tremo
E me afogo e me sufoco
Entre loucura e paixão
Tento discernir o que é certo do que é errado
E sempre o sentimento de culpada
Em quanto você caminha sempre cego
Me ferindo com a lança de sua espada
Vejo no céu a lua prateada
As estrelas que ainda brilham
Peço com a voz rouca, entrecortada
Que me iluminem e me guiem
Peço nas noites para não ouvir sua voz
Nem que seu perfume venha se espalhar
E tenho medo de fechar os olhos
E ver que seu rosto ainda esta lá
Mas á mim você não pertence
Então a deixo te levar
Enquanto do meu rosto cai o pranto
Que por sua culpa está á brotar
O que eu escrevo é a verdade, eu não minto
.Eu declaro tudo aquilo que eu sinto
Mesmo sabendo que agora é outra que seus lábios vão beijar
Sei que quanto, mas verdade tem no escrito
Mais distante eu te ponho dos meus braços
Pois desenho o paralelo de dois traços
Que na certa vão perder-se no infinito
Se esse amor aos poucos me modifica
Me transforma, me edifica
Não entendo como em seu coração
Ele não alcança, não habita
Tantas verdades se perdem no caminho
Noites em claro que fico acordada
Onde não vejo rosas só espinhos
E a dor de não me sentir amada
Enquanto outra dorme em seu lado
Eu pálida, bêbada, tremo
E me afogo e me sufoco
Entre loucura e paixão
Tento discernir o que é certo do que é errado
E sempre o sentimento de culpada
Em quanto você caminha sempre cego
Me ferindo com a lança de sua espada
Vejo no céu a lua prateada
As estrelas que ainda brilham
Peço com a voz rouca, entrecortada
Que me iluminem e me guiem
Peço nas noites para não ouvir sua voz
Nem que seu perfume venha se espalhar
E tenho medo de fechar os olhos
E ver que seu rosto ainda esta lá
Mas á mim você não pertence
Então a deixo te levar
Enquanto do meu rosto cai o pranto
Que por sua culpa está á brotar
"Cavaleiro Valente é um personagem criado por Adriano Siqueira e esta história foi autorizada pelo autor."
Valente abriu seus olhos, estava deitado no chão frio e úmido de uma gruta. Pela escuridão, só poderia ser noite. Seu corpo estava meio dolorido, juntando com o peso da armadura, teve dificuldades para se levantar. Após algum esforço, estava de pé, caminhando pela gruta, arriscando se, já que não sabia que direção tomar, a escuridão era absoluta.Foi caminhando, até ver uma abertura por entre as pedras, do outro lado podia ver o brilho da lua e das estrelas que iam alto o céu. Julgou que ali seria a saída, e continuou caminhando nessa direção. Quando finalmente chegou à abertura, já pode sentir a sensação de liberdade, o vento soprando levemente, o canto dos grilos e pio de corujas. Olhou a paisagem a sua volta, muitas árvores enormes, de mata fechada. Estava em uma floresta, onde parecia ser o único habitante, além claro dos animais e das aves que assobiavam.Valente decidiu caminhar por entre a floresta. Colocou a mão em sua bainha, verificando assim que sua espada Goldor estava com ele. Assim lentamente começou a caminhar, entrando cada vez mais na intensa mata, perdendo-se dentro do coração daquela floresta. A escuridão da noite fazia com que as coisas se tornassem mais sombrias, e confundia Valente. Até as sombras pareciam assustadoras, e cada novo barulho era motivo para que ele entrasse em posição de defesa. Muitas vezes suas mãos foram de encontro a Goldor, a apertando com força, pronto para retirá-la e lutar com inimigos, logo se acalmando e vendo que eram apenas ilusões provocadas por aquele lugar.Após quase uma hora caminhando, chegou a um lugar estranho, muito parecido com aqueles antigos templos gregos, onde pessoas se reuniam para cultuar algum deus. Na porta desse local, duas tochas queimavam, iluminando um pouco mais o cenário. Ali, o silêncio era total, assustador. Parecia que os animais noturnos tinham fugido dali, que o vento não tinha forças de balançar as folhas da árvore. Nada emitia som, Valente escutava apenas sua respiração e as batidas descompassadas de seu coração.Ficou intrigado com aquele templo, e já muito curioso para saber afinal, onde estaria. Em que mundo tinha caído dessa vez. Alguns segundos foram o bastante para se decidir, entrou no templo, avistando um longo corredor, cheio de tochas iguais a que tinha visto do lado de fora. As paredes do corredor eram cobertas por desenhos estranhos, todos incluindo uma mulher. Valente retirou uma das tochas do lugar e aproximou-mais dos desenhos, curioso, tentando decifrar o significado de algum deles. Muitas luas, em todas as suas formas, mulheres vestidas com túnicas brancas, fogueiras, e outros desenhos incompreendidos para ele. Continuou caminhando, adentrado mais para dentro daquele lugar estranho. No fim do corredor, uma porta dourada, reluzente de ouro estava fechada. Com todo cuidado possível, para não fazer ruídos, abriu a porta.Passando para dentro do novo recinto, ali, a luz era um pouco mais fraca. Apenas as chamas de cinco velas iluminavam. Uma vela vermelha pousada no lado norte do local, uma vela azul no lado sul, uma branca no oeste, uma marrom no leste, e uma vela preta junto com as outras cores no centro do lugar. Muitas almofadas também coloridas se espalhavam pelo resto do chão, e um aroma de flores por todo o local. Valente estava admirado com o que via, e cada vez com a curiosidade mais aguçada. Foi então, que escutou risos vindo, de uma outra porta, que até então não tinha reparado. Correu, tentando se esconder atrás de um enorme baú que estava em um dos cantos, onde a vela preta queimava bem perto. A porta se abriu, e entraram cinco mulheres, todas com uma beleza fascinante. A mulher que sentou no meio podia sentir a presença de um homem entre elas, mas também sentia seu coração e via que era alguém com uma essência boa, de energias positivas, decidiu deixá-lo ver o que aconteceria ali. Fechou os olhos, pedindo proteção para a Grande deusa e começou o ritual:-Apresentem-se a grande mãe!A primeira mulher, sentada ao norte, pegou a vela sobre suas mãos, usava um longo vestido vermelho, que dava um ótimo contraste a sua pele branca, cabelos negros, compridos e lisos. Um olhar marcante, sedutor era o que mais chamava a atenção em seu rosto:- Sou Malina, filha do fogo!A do sul vestia-se com um longo, sobretudo preto. Era magra, alta, branca, cabelos lisos e pretos.-Justine, filha da água!Foi à vez então da mulher do lado oeste, loira, cabelos cacheados, compridos. Pele branca, um sorriso que cativaria até a pessoa mais rude que o visse. Usava um vestido curto, branco, que delineava muito bem suas formas.-Denny, filha do ar!A última e tão bela quanto às outras, vestia-se com uma longa saia preta, e uma tomara que caia vermelha, era morena, cabelos cacheados, magra, estatura pequena.-Èrica, filha da terra!Por fim, a do meio, que havia começado a cerimônia, segurou sua vela, fechando os olhos. Ela usava um longo vestido medieval, azul. Seus longos cabelos vermelhos e cacheados, a pele alva, magra.- Sou Judite, o quinto elemento. Filha de éter.Valente estava impressionado como o que via. Nunca tinha visto tantas mulheres bonitas reunidas em um mesmo lugar. As cinco deram as mãos, suavemente cantando, p que trazia, mas energias ao local. Terminado a música Judite falou as outras quatro:- vamos, está na hora de salvarmos a parte da floresta, onde os madeireiros estão nesse exato momento cortando mais de nossas árvores. Mas antes, peço, que o nobre cavaleiro que se esconde, apareça.Valente, meio envergonhado, saiu de trás de seu esconderijo. As cinco mulheres o olhavam, com ar de interrogação. Iam questioná-los, quando mais uma vez Judite ordenou que elas fossem proteger a floresta. Todas saíram deixando os dois a sós. Valente então, que já estava louco para saber onde estava pronunciou o nome-JadeO corpo de Judite então se iluminou com uma luz azul, logo ela prendia os cabelos em um rabo de cavalo e sorria:-Você, está em um trecho da floresta Amazônica Valente. No templo de cinco bruxas, que juraram proteger a floresta contra o desmatamento, e qualquer outra coisa que pudesse prejudicar. Elas foram agora, em um acampamento de madeireiros, que estão cortando centenas de árvores todos os dias. Pretendem acabar com eles.- Vamos ajudá-las!Jade e valente saíram do templo então, seguindo as outras protetoras, rumo ao acampamento.Muito dos homens dormiam, e outros jogavam conversa fora ao lado de uma fogueira, quando tudo começou. A fogueira aumentou o dobro do seu tamanho, e nuvens pesadas e densas começavam a deixar grossas gotas de água de chuva cair, estranhamente só não caindo no local, onde a fogueira estava acesa. O vento era forte, derrubando tudo ao redor, até os tratores e caminhonetes começaram a tombar, e um tremor na terra completava o cenário paranormal de tudo que cercava aquele espaço. Os homens que dormiam, acordaram assustados. Um deles conhecido como Tigre por sua enorme tatuagem nas costas, olhou para o céu e gritou para que os outros homens olhassem.Quatro mulheres flutuavam no ar, cada qual delas com uma luz diferente. Quando elas notaram, que todos já haviam percebido a presença delas começaram devagar a descerem, até seus pés descalços encostarem-se a terra. Todas possuíam uma espada, e agilmente começaram a desferir golpes naqueles homens. Sem piedade, pois eles não sentiam nada, ao destruírem árvores, a cortarem uma forma de vida, vida ainda que permitisse que os humanos sobrevivessem, exalando o tão precioso oxigênio. Muitos dos homens já estavam mortos, outros fugiram assustados, os que fugiam nunca mais voltam, ou acabavam sendo engolidos pela imensidão da floresta.Valente e Jade observavam tudo, nem notaram que Tigre tinha os visto, e procurava uma arma para matar Valente. Vendo-o como único homem no meio das mulheres, achou que ele era líder, o que tinha mandado aquela ação. Tigre então achou um revólver e disparou contra valente inúmeras vezes, até que a armadura dele não suportando mais o choque, abriu-se, e uma bala entrou, passando ao lado de seu coração. Jade gritava, chorando. Mas dessa vez iria se vingar antes de ir embora. Pegou a Goldor e pronunciou:- Goldor lança.Correu até o homem que atirou em Valente, ele desesperado tentava recarregar sua arma, ma não teve tempo. A lança perfurou seu coração, fazendo o tombar já sem vida no chão.As quatro protetoras penalizadas com a cena desceram para ajudar valente, mas o corpo dele já havia desaparecido. Olharam para Judite, que também já tinha voltado a ser ela mesma. As cinco então se abraçaram e voltaram ao templo. Onde de escondiam e ganhavam cada vez mais forças para não deixar ninguém destruir a natureza que as cercavam. E nunca esqueceriam aquele estranho acontecimento, de um homem tão diferente, ter presenciado o que elas fariam. Talvez fosse um sinal de que as coisas começavam a mudar, e que o homem perceberia o erro, em destruir com tudo que julgassem estar no seu caminho.
Um anjo que partiu- Por Camila Bernardini
Para vc meu querido Marcos- onde estiver sempre estará vivo na minha lembrança
Minha alma ferida
se perde na melancolia
Foi dificil apartida
Incerteza de não ter ver mas um dia
me sinto perdida
Nos versos da poesia
Lágrimas de sague escorrem
È triste a monotonia
porque tão cedo vc se foi
Deixando me em profunda agonia
a morte traçoeira, cruel
te levou com a ventania
Com seu sopro acabou
com a esperaça de acordar mas um dia
Sei que seu espiríto voou
e que agora se encontra em eterna harmonia
mas a tristeza não me deixa
me sinto triste e vazia
nem pude dar o adeu
Que merecia sua partida
Me sinto opaca, doridas
em forças para levantar
mas saiba meu querido amigo
Que um dia em seus braços pude encontrar
Um refúgio, um abrigo
Tão doce de se falar
Aqui vc não esta
mas no meu coração
para sempre vai estar
Cortejo Funébre- por Camila Bernardini
Você era meu rei
Eu era a sua rainha
Nosso amor foi nosso castelo
Sua vida foi a minha
Sem vc sou soberana
de um castelo vazio e triste
Tristeza de saber que já não me ama
Me perco nos becos sem saída
Essa angústia que me chama
estou de luto pela minha própria morte
Em meu peito está aprisionado a dor
Já não consigo ser tão forte
Nem esquecer a droga desse amor
Feroz da angústia que não termina
Não se aquetas
Este é o lamento funébre que me acompanha
O cortejo da minha infelicidade
Meu corpo ainda vive
assombrado pela saudade
Mas a minah alma já esta morta
Sem nenhuma piedade
Bem- Vinda as Trevas- por Camila Bernardini
Bruna caminhava só por ruas quase desertas, quase sem iluminação. Olhou para o céu, a lua brilhava forte, estava magnífica, completa, do jeito que ela gostava. Continuou andando, sem rumo, perdida em pensamentos angustiantes. Já era altas horas da madrugada, por isso não estranhava a quietude dos lugares em que estava passando. Tudo era silêncio e solidão total.Parou em frente um prédio espelhado, para ver o seu reflexo. Via uma menina branca, de quase 1,80, olhos pequenos, cabelos ondulados, compridos e vermelhos. Sabia ser bela, mas as preocupações a deixaram com algo diferente, um ar de tristeza a rondava, fazendo com que ela parecesse cansada. Sorriu para si mesma, e viu que o efeito do seu sorriso já não era tão forte como antes. Decidiu continuar sua caminhada noturna.Uma voz sussurrou em seu ouvido para que fosse andar entre os túmulos do cemitério, onde estava próxima. Não sabia de onde vinha essa voz, mas achou ser seu subconsciente, pois era cética de mais para acreditar em coisas “fora do normal”. Olhou em sua mochila, viu duas garrafas de vinho e um maço de cigarros, tudo que precisava para passar o resto da madrugada.Chegando ao cemitério, ficou um longo tempo olhando para o portão, dali de fora não conseguia enxergar muita coisa. Tratou logo de dar um jeito de entrar. Já lá dentro, pegou uma garrafa de vinho, sorvendo a em pequenos goles, pois queria estar sóbria ainda, para apreciar um pouco daquela arte tão obscura. Aquele cemitério, cheio de estátuas, sepulturas de incrível arquitetura e epitáfios que mais pareciam poemas para estarem em um dos livros dos poetas do mal-do-século.Andando por entre as lápides, sentia-se em contato com o mundo da morte e da vida ao mesmo tempo, sabia que esse momento de solidão em lugares assim era para refletir e encontrar um motivo para continuar. Foi perdida em pensamentos que tudo começou, foi sentindo e escutando passos, que deveriam estar atrás dela, um pouco distante, mas não teve dúvida de que alguém estava a seguindo. Parou de andar, ficou congelada, paralisada pelo medo. Não conseguia dar passos para frente e nem olhar para trás, foi então que viu que o quer que fosse que estivesse também ali se aproximava. Estava perto. Seu coração bateu descompassado, foi então que correu. Corria sem nem saber do que, só queria estar segura. A garrafa de vinho escapou de suas mãos, caindo no chão, fazendo um barulho que a assustou mais ainda.Queria continuar correndo, mas seus malditos pulmões não agüentavam mais, ou ela corria, ou respirava. Lembrou do cigarro em sua bolsa, e pensou: “Se eu sair dessa paro de fumar”. Encostou seu braço em um túmulo, estava frio... Frio como a morte que logo a alcançaria se ficasse ali. Tentou correr de novo, mais tarde de mais. Mãos a agarraram, segurando de tal forma que Bruna, não conseguia nem se mover. Ficou parada então, esperando o próximo passo desse estranho. Foi então que sentiu as mãos dele se moverem para seu pescoço, fazendo longo carinho ali, onde pulsava a jugular. Eram mãos frias, como de um cadáver. Ela sentia seu corpo tremendo, não sabia se era medo ou a repulsa de cada toque dele a sua pele.O estranho então virou Bruna, para que ela pudesse olhá-lo de frente. Ela não se contendo gritou com o que viu. Parecia um homem normal, exceto sua pele excessivamente pálida e seus olhos que pareciam duas chamas vindas do inferno.-Assustada Bruna?A voz dele era mais sobrenatural ainda, uma voz como de um fantasma. De alguém que não precisava de ar. Ela não o respondeu. Ficou só o olhando, foi então que o viu sorrir:- Sim está com medo, isso fará com que meu alimento seja muito mais saboroso. Sinto o cheiro de medo em você menina.Bruna agora via duas presas pontiagudas, saindo de sua boca. Eram dentes de vampiros. Ele um vampiro? Não podia acreditar! Ela não teve tempo de pensar em mais nada, as presa logo alcançaram a pele de seu pescoço, perfurando-a. Era estranho, o medo tinha sumido, sentia um prazer, um êxtase estranho. Aos poucos sua visão foi ficando turva, sentia-se fraca até que desmaiou.O vampiro sorriu, era uma bela garota, o medo dela o excitou mais ainda. Ficou olhando para aquele corpo no chão, seria desperdício deixá-la morrer. Ajoelhou-se perto do corpo imóvel de Bruna, e a beijou. Bruna aos poucos foi retomando os sentidos, sentindo o gosto de sangue. Sugou todo o sangue que pode daquele vampiro. Ele então a soltou e disse:-Bem vinda às trevas!Ela sorriu, já não sentia mais medo. Agora pertencia mesmo aquele lugar, vagaria naquele cemitério entre a morte, espreitando qualquer sinal de vida que ali passasse para saciar sua sede.
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